quarta-feira, 28 de junho de 2017

Lutar contra um amor despedaçado

    Aqui estávamos de novo no aeroporto. Entre lágrimas de uma despedida onde eu sussurrava no teu ouvido que ia passar rápido. Afinal eram só 6 meses distantes divididos por um oceano. Porém, desta vez eu fiquei em Portugal e tu no Brasil. Mas o que eram 6 meses diante dos 2 anos que vivemos separados? Sabíamos que brevemente voltaríamos para os braços um do outro. Eu não sabia o que esperar do meu novo rumo de vida que começara ali quando o deixasse ir. Eu estaria sozinha pela primeira vez! Mas me sentiria realizada por estar no país que aguardava anos para morar. Sentia uma felicidade enorme por estar ali. Assim como sentia uma tristeza enorme por mais uma vez te deixar ir. 
     Sabia que ia passar rápido. Ou pelo menos tentava convencer minha mente que sim. Sabia que o amava intensamente. Sabia que íamos voltar a nos reencontrar após esses 6 meses. Mas o que não sabia, é que aquele momento seria o nosso último beijo apaixonado! O nosso último encontro com ambos sentimentos correspondidos! E isso, eu não sabia...
     Distância e saudades. Aqui estávamos de novo nesta situação. Mas desta vez mais resistentes. Sozinha e num novo mundo de adaptação. E ansiosa para partilhar esse novo mundo contigo. Já eram 4 anos de relação. Quatro anos que compartilhávamos sonhos juntos. Quatro anos que tínhamos a nossa vida que desde sempre planeamos aqui.  Aqui neste meu novo mundo que tanto eu amava. É o nosso país, as nossas raízes. E era aqui que estávamos destinados! Somente tu, eu e o nosso país! O nosso mundo!
     Os dias arrastavam longe de ti. O Skype era o nosso sustento. O teu sorriso era a minha força. E dia após dia, as saudades atormentavam. As noites gradualmente ficavam mais frias sem ti. Os dias eram extensos sem tua presença. E a tua ausência era a minha fraqueza. O mundo já não era o mesmo sem ti. 
     A adaptação foi mais difícil do que pensava. Os minutos pareciam horas. As horas pareciam dias. Os dias pareciam meses. E os meses pareciam anos. O tempo não passava. As lágrimas só acumulavam. A solidão tomava conta de mim. E eu precisava de ti mais do que precisavas de mim. Aliás, eu estava sozinha lembras? Ás vezes parece tudo muito fácil... Até depararmos com as situações...
     As saudades sempre foram meu pior inimigo. Até conhecer a solidão. Até conhecer o desespero. Até perceber que estava completamente sozinha! Sozinha sem teu apoio. E por quê sozinha? Porque a noite que mais precisei de ti não tive o teu apoio. Era tudo o que queria. Era o mínimo que podias me dar!  Mas para complementar continuavas a cometer erros imperdoáveis. Aqueles erros que já eram difíceis tolerar quando estávamos juntos. Ainda mais fatigante se tornava quando estávamos distantes. E nessa noite, adormeci com dor, sofrimento, lágrimas... Enquanto tu, adormeceste em uma profunda calma.  Aliás, no dia seguinte tudo se resolvia. Não era assim que funcionava? Porque sempre foi assim! Mas o sempre, sempre acaba. E desta vez tudo mudou...
(Continuação próximo texto)

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