sexta-feira, 24 de abril de 2015

Um resumo dos meus 9 anos no Brasil


      15 de Outubro de 2005. Tinha 11 anos. Parece que foi ontem, quando os meus pais falaram ''Vamos para o Brasil de férias''. Mas essas férias não tinham data de volta! Hoje, tenho 21 anos. 9 anos depois... E ainda cá estou! 
Parece que foi ontem, quando me despedi dos meus amigos de infância. Recebi imensas cartas na escola, abraços e muitas lágrimas. Tinha amigos verdadeiros, e não eram poucos! Nunca mais tive amigos como esses! Mas eram só apenas umas férias. 9 anos depois... E ainda cá estou!
      A minha vida era perfeita! Tinha uma casa perfeita. Uma escola perfeita. Uma gata linda! Família e amigos que amava. Eu era tão feliz... E tive que deixar tudo isso pra trás. Só damos valor, quando perdemos. 
      Eu morava numa aldeia, numa casa de 3 andares rodeada de natureza e muito silêncio. Escutava os sons da natureza, o som das folhas quando o vento bate. A chuva a bater no telhado da minha casa. As galinhas do meu vizinho ao lado a cantar quando amanhecia. O cachorro a latir do meu vizinho da frente. Não precisávamos de trancar a porta de casa. Já chegamos a dormir com ela aberta. Violência era algo quase inexistente na minha aldeia há 9 anos atrás. Eu tinha uma vida perfeita!  -> https://www.youtube.com/watch?v=2DMQ3pGQ-rI
      O primeiro ano aqui no Brasil foi o ano da adaptação. O ano 2005. Era uma vida nova! Cultura, tradições, pessoas, lugares, língua, comidas, casa, hábitos e etc. Tudo isso é diferente! De uma aldeia, passei a morar numa cidade. Aquela casa de 3 andares foi substituída por um apartamento à frente do mar. Os sons da natureza, agora é o som do mar que pouco se atende. Os  sons de carros, ônibus, motas, pessoas a falar e fins de semana, música funk são os sons mais presentes durante 24 horas! Não há mais som das folhas quando o vento bate, a chuva a bater no telhado, nem galinhas a cantar quando amanhecia e nem cães a latir. A porta tem que estar sempre trancada. Violência é algo muito presente! Mas eram só apenas umas férias. 9 anos depois... E ainda cá estou!
      No ano 2006, foi o ano das novidades. Entrei na escola e comecei o meu 6º ano. Fiz novas amigas. E foi difícil de adaptar ao sotaque, assim como os meus amigos não me compreendiam. Ainda brincava de Barbies. Não queria saber de namorados. Era muito nova! Nunca havia tido um. Ao longo desse ano, a tecnologia tomou conta da minha vida. Era viciada por uma novela que era uma doença chamada Rebelde. Trocava cartas com os meus amigos de Portugal e eles retribuíam sempre. As saudades de lá começavam a nascer.
      No ano 2007, não mudou muita coisa. Na verdade, mudou o ano da minha escola. Passei para o 7º ano. Os amigos se fortaleciam cada vez mais. Já era mais fácil de compreender os meus amigos e vice versa. Ganhei um computador e comecei a deixar os brinquedos substituindo aos poucos um jogo online chamado ''Habbo''. A paixão pela novela Rebelde e a banda RBD. E ainda trocava cartas com os meus amigos de Portugal. As saudades duplicavam.
      No ano 2008, passei para o 8º ano. Tinha 14 anos. E foi nessa idade que comecei a gostar de um menino na escola. Escrevia diário sobre ele. Observava sempre ele nos intervalos na escola. Mas eu era muito tímida e nunca tive coragem de lhe dizer o que sentia. Nunca tivemos nada além do contacto visual! Passava os meus dias no jogo online ''Habbo''. No meio do ano fui para Portugal de férias pela primeira vez! Foi 1 mês e 15 dias. Nesse tempo sai com os meus amigos de Portugal, mas a amizade já não era a mesma coisa. Cada vez recebia menos cartas deles quando estava no Brasil. Chorei várias vezes por isso, mas com o tempo me acostumei. Dois anos muda muita coisa. A distância faz estas coisas.
      No ano 2009 foi um dos piores anos no Brasil. Passei para o 9º ano. Fui crismada. Não tive férias em Portugal. Comecei a ser rebelde, não estudava e só passava bilhetinhos e conversava nas aulas. Fui assaltada e reprovei de ano! Em compensação comecei a namorar a distância com um rapaz de Portugal, mas o relacionamento durou só 6 meses. Também viajei de navio pela primeira vez por 4 dias, Grand Celebration. Ainda era viciada pelo jogo online ''Habbo''. Não recebi mais cartas de Portugal.
      No ano 2010, com 16 anos. Acabei com o tal rapaz que durou 6 meses. Ele me traiu. Primeira traição. Nova turma. Em Fevereiro no desfile de Carnaval de Iguape, dei o meu primeiro beijo num rapaz que estava bêbado. Me arrependi depois. O primeiro arrependimento. No dia 26 de Março conheci dois rapazes num site chamado ''hi5'', são portugueses e os dois já frequentaram a minha escola que andei em Portugal, porém não lembro deles. Um se chamava Paulo e o outro José Pedro. Fiquei encantada com o Paulo. O José Pedro tornou-se o meu melhor amigo. No meio do ano, fui de férias para Portugal. Conheci o Paulo nas piscinas, passado uns dias começamos a namorar! Dei o meu primeiro beijo com o sentimento de amor! Foram 6 encontros. Momentos perfeitos! Piscinas, jardins, praia, cinema e etc. O meu primeiro amor! Uma paixão de Verão. Já o José Pedro, o meu melhor amigo, não o cheguei a conhecer pessoalmente, só trocávamos SMS's. Em Agosto tive que voltar para o Brasil. No dia seguinte esse Paulo acabou comigo! Não queria namorar a distância, porém, eu já estava muito apaixonada para o deixar. Custou muito. O meu maior apoio nesse tempo foi o José Pedro, o meu melhor amigo. Prometi nunca mais namorar à distância.
      No ano 2011, com 17 anos. Foi um ano doloroso. Pois ainda sofria com o esquecimento do Paulo. O meu melhor amigo todos os dias me apoiava. Ligamos a webcam e a nossa amizade começou a ser diferente. Dia 15 de Maio comecei a namorar o José! Aquela promessa de não namorar mais a distância foi quebrada. Nesse ano tive a segunda viagem de navio. Foram 4 dias. MSC Armonia. Já jogava pouco ''Habbo'', mas foi difícil largar. No meio do ano, fui novamente de férias para Portugal. Desta vez, conheci o José Pedro pessoalmente. Beijamos pela primeira vez. E os momentos foram únicos. A pior parte foi a despedida. Tive receio que ele me deixasse quando voltasse para o Brasil, mas ele não o fez. Foi difícil e doloroso namorar à distância. As saudades eram grandes. Mas superamos.
      No ano 2012, com 18 anos. Último ano de escola. Em Fevereiro minha avó faleceu. Em Maio fiz 1 ano de namoro. Passava os dias na webcam com ele para amenizar as saudades. Em Junho fui para Portugal de férias de Verão. Matamos as saudades e mais uma vez tivemos momentos incríveis. A segunda despedida doeu mais, pois sabíamos que tínhamos que esperar mais 1 ano para voltar a se ver novamente. Eu só queria voltar a morar em Portugal! Estar com ele! No final do ano foi a minha formatura. Desejei muito para que ele estivesse comigo nesse dia, mas sabia que isso não era possível. Saudades dele. Saudades Portugal.
      No ano 2013, com 19 anos. Em Janeiro tirei a minha carta de condução. Em Fevereiro comecei a minha faculdade. Comecei a criar maturidade e responsabilidade nos estudos. As saudades da escola. Em Maio, 2 anos de namoro. Não fui para Portugal de férias. Ainda estávamos a namorar à distância. Todos os dias desejávamos estar juntos. As saudades já não cabiam mais dentro de nós. Ele decidiu vir morar aqui no Brasil. Juntou dinheiro durante um bom tempo. Largou o trabalho dele, amigos e família. Em Julho ele já estava no Brasil. Momentos bons aqui. Ele começou a trabalhar aqui. Eu estava mais feliz. Mas as saudades agora eram de Portugal.
      No ano 2014, com 20 anos. Ele teve que voltar para Portugal para resolver o visto. Ficou lá durante 1 mês. Nesse tempo, eu e minha família tivemos a nossa terceira viagem de navio. Foram 7 dias. MSC Preziosa. O melhor navio de todos! Segundo ano de faculdade. Muita pressão. Muito estresse. Ele trabalhava. Eu estudava. 25 anos de casados dos meus pais (Abril). Mais um assalto, desta vez com minha irmã e meu cunhado. Saudades Portugal. Amor se mudou para uma kit net ao lado do meu apartamento. Só ia pra lá quando fosse dormir. Em Maio, 3 anos de namoro com o José Pedro. Dia 10 de Agosto, compramos um hamster. Lili. A alegria da casa. Irmã mais velha ficou noiva. Em Dezembro fomos todos a Portugal de férias. Primeiras férias de Inverno em Portugal. Primeiro Natal e Ano Novo com amor JUNTOS (sem distâncias). Em Janeiro, viagem para Manchester com o José Pedro. 1 semana. Neve. Dia 25 de Janeiro, voltamos para o Brasil. Saudades Portugal. Mas eram só apenas umas férias. 9 anos depois... E ainda cá estou!
      No ano 2015, com 21 anos neste momento. Uma única amiga verdadeira. 9 anos de amizade. Não faço mais faculdade. Ele trabalha. Resolvemos papéis para a transferência de faculdade para Portugal. Sim, vou morar para Portugal. Mas eram só apenas umas férias. 9 anos depois... E ainda cá estou pronta. Sim, pronta para voltar para a minha terra. Já com as passagens na mão. Agora é só torcer para que tudo dê certo! Junho. Só quero que chegue Junho... 
E assim foram os meus 9 anos resumidos aqui no Brasil.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Ser universitária não é fácil

      Ser universitária não é fácil. Não para quem leva a sério! Em dois anos de faculdade aprendi muita coisa... Aprendi em primeiro lugar que dois anos parecem uma década! Aprendi que tudo no início parece ser tudo fácil. Você se dá bem com todos na sala porque simplesmente ainda não existe grupinhos. Você acha as matérias muito fáceis porque é só apenas um resuminho do que você aprendeu no ensino médio. Você acha que 3 horas de viagem contando com ida e volta até a faculdade nem é assim tão cansativo, já que aquele caminho é só apenas uma novidade. Mas com o tempo, tudo isso começa a ser tudo menos fácil! 
      Com o tempo os grupinhos vão se formando e você fica perdido sem saber com quem você vai ficar. Já perdi a conta de quantos grupinhos eu já entrei. Grupos em que até foi um alívio em ter saído e outros que deixaram saudades e arrependimento. E isso é só um começo. Com o tempo, aqueles resuminhos do ensino médio começam a se tornar novas matérias e isso começa a assustar! Entra matérias que você nunca teve na sua vida, como por exemplo, Anatomia. Anatomia que inicialmente era a matéria que todos temiam, no 4º semestre, você fica com saudades dela, pois começa a entrar várias outras bem piores, como por exemplo Farmacologia. Como se isso já não bastasse, no 1º semestre aquelas 3 horas de viagem de ida e volta que tudo era novidade, no 4º semestre começam a ser as piores horas do dia. São aquelas horas que você além de já estar cansado, você ainda tem que enfrentar uma longa viagem todos os dias e não aguentar mais olhar as mesmas paisagens! Ser universitária não é fácil.
      Em dois anos de faculdade aprendi que existem matérias que você vai amar e outras odiar, assim como professores. Aprendi que você vai sair da faculdade e muitos professores nunca irão saber o seu nome e muito menos lembrar de você. Aprendi que gravar as aulas ajudam na hora de estudar e até podem salvar nas provas. Aprendi que apontamentos durantes as aulas são importantíssimos! Que não basta só se basear pelos tópicos dos slides. Aprendi que união na classe não existe. Cada um é por si. E justamente por isso, aprendi que trabalho em grupo é a pior coisa no mundo. E já não basta trabalhos em grupo, tinha as provas em dupla! E até cardápios em dupla! Até hoje não entendo porque inventaram isso! Não sei e nunca saberei lidar com isso. É... Ser universitária não é fácil.
      Aprendi que existe muita competição de notas. Que sempre haverá um indivíduo que vai te perguntar quanto você tirou na prova e provavelmente vai torcer para que seja uma nota abaixo dele, mentira? Aprendi que a cada semestre a tendência é aumentar a carga de provas, trabalhos, seminários e relatórios. A tendência é sempre piorar! Aprendi que prefiro fazer mil vezes provas, do que fazer imensos trabalhos, seminários e relatórios. Mas, infelizmente não era isso o que acontecia! Aprendi que 24 horas é muito pouco tempo para tanta coisa! E que a única hora que eu tirava no dia para descansar, a única coisa que conseguia fazer era assistir um episódio de uma série e lanchar ao mesmo tempo! Ou então no final da noite com os abraços do meu amor onde se encontrava cansado também depois de um dia estressante de trabalho. Essas eram as melhores horas do meu dia. Mas depois voltava tudo ao mesmo... Estudar, estudar e estudar. Pagar para estudar! Ser universitária não é fácil.
      Aprendi que os únicos dias que estava livre, ou seja, fim de semana, eram nesses dias que tinha que correr atrás dos pontos para a atividade complementar. E lá ia eu a várias palestras, jornadas, simpósios e etc. E não só! Se não era isso, eram provas, trabalhos, seminários e relatórios para a semana seguinte. Era uma vez um fim de semana. Aprendi que é horrível carregar colegas nas costas e como se não bastasse, você nunca é agradecido por isso! É como se fosse a sua obrigação! Com certeza, essa foi a parte que mais me estressei durante esses dois anos de faculdade! E novamente digo, ser universitária não é fácil.
      Aprendi que Filosofia e Nutrição Materno-Infantil foram as melhores matérias que tive. Mas as aulas de Quartas-feiras eram as favoritas de todos os alunos, pois, eram as aulas de cozinhar! Aprendi que medir dobras cutâneas e fazer cardápios, não é assim tão fácil! Na verdade, não é NADA fácil! Aprendi que estudar um dia anterior da prova, as chances de você ir bem é de 1%. Aprendi que quando me sentia insegura, as minhas noites se tornavam um pesadelo. Sonhava que estava fazendo uma prova e não sabia de nada! Só comigo acontece isso? Que pesadelo! Ser universitária não é fácil.
      Contudo, aprendi que vida de faculdade não é moleza, pelo contrário, é estressante! Pensei desistir várias vezes e sei que não fui a única! Mas as vantagens de ser universitária são o que dão suporte para estar em pé até hoje nesse percurso extenso. Responsabilidade e conhecimento são as únicas vantagens de ser universitário! São poucas, mas são essas duas palavrinhas é que fazem toda a diferença!


terça-feira, 21 de abril de 2015

O nosso amor é assim...

      Olhos cor de caramelo. Boca larga e perfeita. Seus lábios densos e macios. Sorriso largo e branco. Risada contagiante. Um rosto delicado, porém masculino. Seu perfume é único. Sua sobrancelha é imperfeita, porém com o seu charme. Barba escura e sem por fazer. Um modelo de beleza.
      A cada beijo, um sonho onde você só deseja mais e mais. A cada abraço um conforto, uma segurança, um alívio...   É o homem mais lindo que já conheci, mas também o mais confuso. É indecifrável, oculto, talvez misterioso... Suas palavras são curtas e diretas. Os sentimentos são invisíveis. Um amor escondido. Uma paixão incompatível. Um dia doce, outro dia amargo. Um dia o amo, outro dia o odeio. Ambos impulsivos, impacientes e autoritários. Ambos se amam indescritivelmente.
      Ela mora no Brasil, ele em Portugal. Enfrentaram um enorme oceano. Amor a distância por 2 anos. Foi uma fase difícil. Contudo, ultrapassaram esse obstáculo. Agora juntos! Hoje, 3 anos e 11 meses de namoro.
      Gostos comuns e incomuns. Ambos adoram gatos. Ela começou a gostar de rock por causa dele. Ele começou a gostar de séries por causa dela. Planos comuns. Sonham com o seu futuro em Portugal ou quem sabe em Inglaterra. Sonham casar e ter um casal de filhos. Ver seus filhos a crescer. Envelhecer juntos...
      Apenas são mais um casal, com seus defeitos e qualidades. Lutando e acreditando num futuro juntos. Ignorando a opinião dos outros. A palavra ''desistir'' não existe no dicionário deles. O segredo é tentar. Mesmo que tudo dê errado, pelo menos tentaram! Lutar sim, desistir jamais! Assim é o amor. Nada se consegue fácil. Tudo tem que ser conquistado. Ter muita fé. Fé é acreditar que nada é impossível.
      A vida é assim... Complicada e por vezes confusa, mas qual seria a graça se tudo fosse fácil? O valor só se ganha pela perda, saudade e pela dificuldade da conquista. O nosso amor é assim...

''O tempo é que mostra o que realmente vale a pena, o tempo nos ensina a esperar, o tempo acaba com a dúvida.''

Escola, época de...

      Escola, época de conhecer pessoas novas, fazer várias amizades e muitas delas permanecerem até hoje. Época daquele nervosismo que dá no primeiro dia de aulas, o medo do desconhecido, da adaptação... Época que sem você perceber, você já tinha um grupo de amizade formado e, após isso vem os apelidos, nasce a confiança e a afinidade. Época em que você trocava de cards da novela Rebelde entre os colegas de classe e durante as aulas eram os imensos bilhetinhos. Rebelde e High School Musical eram a modinha do momento. Época de tirar fotos zuadas e postar no orkut com a legenda ''Forever''. Criar horários para quem tinha net discada e falar com os seus amigos em grupo no MSN, (sim, MSN!). Época de jogar verdade ou desafio ou então stop nas aulas em que um professor faltava. De matar aula da tarde programada e ir brincar na piscina de bolinhas no parque das crianças como se não houvesse o amanhã.
      Escola, época em que sua amiga te jogava contra o menino em que você estava gostando. De cada grupinho ter o seu ''cantinho'' no intervalo, o nosso por exemplo era perto da piscina. Ou, quando você tinha oportunidade, tentava se esconder do inspetor na sala escura atrás das cadeiras na hora do intervalo só para não sair da sala. Falar de meninos e novelas eram os nossos temas favoritos. E o lanche mais famoso do intervalo eram os salgadinhos lucky de queijo. Roubar lanche do amigo sem piedade era algo que acontecia frequentemente.
      Escola, época daquelas perguntas habituais como: ''Qual é a próxima aula?'', ''Quanto falta para acabar a aula'', ''Precisa anotar?'', ''Que dia é hoje?'' ou ''Eu bato e você fala''. Época em que você chegava na escola e jogava sua mochila sobre as mesas sem medir a força e abraçava seus amigos próximos. Época de desenhar florzinhas no cantinho da sua apostila nas aulas cansativas. Ou de fazer chifre e bigode nas imagens da apostila e dar muita risada com o resultado. Ler agenda e rabiscar os cadernos e apostila do seu amigo era muito legal! Ou roubar adesivo! Falar mal de professor então... 
      Escola, época de você não se preocupar que roupa vai usar (já que era uniforme). De passar frio por causa do ar condicionado e querer matar o indivíduo que pediu para ligar! Chegar em casa em poucos minutos e mesmo assim reclamava. De marcar para fazer trabalho em grupo e quando esse dia chegava o grupo mais brincava do que fazia! Estudar em cima da hora e depois ria para não chorar da nota negativa. Mas quando a nota era positiva, você ganhava o dia! O povo do fundão era o povo mais bagunceiro, mas era também o que dava a maior alegria na sala. E a felicidade de quando falhava a luz... Época em que todo mundo usava all star. E Hopi Hari eram os melhores passeios do ano.
      Escola, época de passar constrangimento nas aulas de Educação Sexual. E nas aulas de laboratório ficava desenhando no paint ou no site da Capricho. O susto da pilha de livros no último ano do ensino médio. Temer nos trabalhos de Literatura. Ir bem na matéria de Espanhol e ir mal em Física. O medo da professora de Biologia, porém ninguém esquece das músicas dessa matéria. Assim como ninguém esquece das fórmulas maliciosas de Física. Genética era aquela matéria que você amava ou odiava (não tinha meio termo). O pânico de apresentar trabalho. A tal ''carta para o futuro'' das aulas de Técnica de Redação. Café poético e aulas com filme eram as melhores aulas. 
      Escola, época de você presenciar a evolução dela. Entrar na escola com lousa de giz e sair com lousa digital. Sinal que foi substituído ao longo dos anos por músicas do momento. Ter desde sempre piscina na escola, mas a maioria só entrou pela primeira vez no último dia de aulas do último ano. Foram 7 anos que deixam saudades. Professores que você nunca esquece. Amizades que se foram e outras que permanecem. 
      Escola, época de que você era feliz e nem sabia...

Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=kxLbNA6GHVw